quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Será que sabemos todos fingir? até quando?

Ele sabia fingir
Como sabia...
E sabia sempre quando os outros estavam a fingir.
E fingia também...

Ele sabia ser parvo
Como sabia...
E sabia sempre quando os outros estavam a ser parvos.
E era parvo também...

Ele sabia gozar
Como sabia...
E sabia sempre quando os outros estavam a gozar.
E gozava também...

Ele sabia ignorar
Como sabia...
E sabia sempre quando os outros estavam a ignorar.
E ignorava também...

Ele sabia amar
Como sabia...
E sabia sempre quando os outros estavam a amar.
E amava também...

E os outros nunca percebiam
Que ele sabia.
E os outros nunca entendiam que ele o fazia
Até que um dia...
Ele confessou a todos a sua sabedoria.

Cansou-se.
Fartou-se.
Disse que não queria mais
Festas nem arraiais.
Desistiu.
E partiu.
Nunca mais ninguém o viu.

Diz quem o conheceu
Que não morreu.
Que não desiste.
Mas que onde estiver
Deverá estar muito triste.

Eu não sei onde está.
Juro que não sei.
Nunca o denunciarei!


Brites dos Santos
Escrito num dia como hoje

4 comentários:

edinha disse...

Excelente poema.Faz mais :)

Artur.S disse...

Farei! :)

Paula Crespo disse...

Gostei do poema. Bem ritmado...
Boa semana!

Fátima disse...

Amigo,

Muito bom!! Parabéns!!!

:-) Beijinhos